Espelho

Há alguns dias atrás, após um banho que afastava todos os males de um dia intenso de uma jornada dupla, me deparei com minha imagem no espelho. O espelho que refletia minha imagem real... com os traços de um personagem criado e predestinado a função simples de viver nesse mundo complexo... com os traços marcados pelo cansaço de uma noite mal dormida... com os traços marcados pelas decepções e frustrações vividas... com os traços marcados de uma forma física...

Ainda diante do espelho comecei a ver diante da imagem que ali refletia... surgiram pensamentos... surgiram duvidas... Desde Quando? Desde Quando me tornei esse projeto mal sucedido de um “mauricinho” que se refugia no ato de esnobar a raça humana...

Pensei então nas duas ultimas decepções que tive... dois extremos, duas situações opostas (de um lado algo que julguei ser pra sempre e do outro uma confiança quebrada me destruindo junto com ela)

Esnobe??? Sim... a julgar de lugares que freqüento, a julgar das coisas que consumo, a julgar dos pensamentos que tenho... enfim a julgar de mim por dentro e por fora...

Posso afirmar que deixei de fazer parte daquele cardume nadando contra a correnteza da queda de uma cachoeira... onde o que importa é conquistar o objetivo de chegar do outro lado... onde não se importa quem fica pra trás... afinal o objeto é alcançar mesmo que eu seja o único...

Hoje sou o mesmo peixe que ao contrario do que vivia, esta deixando a correnteza levar... nadando solitário e que nunca para em lugar algum... pois seu lugar nunca foi este... 

Embora este espelho não minta, eu afirmei pra mim mesmo, que preciso me encontrar! Mesmo que eu me perca neste horizonte e não saiba onde errei. Eu mudei, olhando o que ficou pra trás...

Influências do âmbito vivido...